Título: Pefelista vai atrás do PV e PDT
Autor: Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/09/2005, Nacional, p. A5

O presidente da Câmara em exercício, José Thomaz Nonô (PFL-AL), afirmou ontem que dificilmente a disputa pela sucessão de Severino Cavalcanti será decidida num único turno. "Quero ganhar no primeiro turno, mas é difícil, porque a Casa é política, são muitos candidatos e não há consenso em torno de candidaturas em bloco", disse. Nonô comentou que sua candidatura - lançada pelo PFL, juntamente com o PSDB e o PPS - tem o apoio de várias correntes políticas, inclusive de esquerda. "O apoio que estou recebendo não se circunscreve aos partidos que me lançaram, mas a praticamente todos os partidos com cadeiras na Câmara."

O deputado afirmou que não há a menor chance de se repetir o fenômeno Severino, porque "os nomes que estão sendo cotados, com possibilidade de chegar à presidência da Câmara, são da melhor qualidade".

Ele elogiou os possíveis concorrentes Francisco Dornelles (PP-RJ), Michel Temer (PMDB-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP). "Dornelles já foi ministro é um nome da mais alta respeitabilidade, o Temer foi duas vezes presidente da Câmara, tem credibilidade, e o Aldo está sendo surgido como o candidato do governo não por acaso, mas por sua liderança na Casa."

Nonô conta que já tem o apoio oficial de quatro partidos - o presidente do Prona, Enéas Carneiro, já teria aderido à campanha. "Eu acho que nós vamos ampliar essa aliança com o apoio do PV, com o PDT", prevê. "Enquanto os outros partidos se dividem, nós nos unimos em torno de uma candidatura única, isso é muito bom."

IMPEACHMENT

Nonô garantiu que não enfrenta resistência de partido nenhum e não seria capaz de dar prosseguimento a um pedido de impeachment não fundamentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso é uma atitude esquizofrênica e paranóica. Quem me conhece sabe perfeitamente que eu seria incapaz de cometer uma barbaridade dessa", comentou.

Otimista, Nonô qualificou-se como o "candidato da instituição". E emendou: "Tenho 23 anos como deputado, posições políticas absolutamente definidas e não se vê em nenhum jornal do País, em nenhuma televisão do País nada que desabone a minha conduta, sob o prisma ético ou político."