Título: OS PRINCIPAIS TRECHOS DO DEPOIMENTO DE JOSÉ DIRCEU AO CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA
Autor: Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/09/2005, Nacional, p. A8

LULA: "Não construí sozinho o PT, não posso ser responsabilizado sozinho. Todos participaram, a maioria aprovou (os acordos políticos). O presidente Lula foi um dos principais defensores do programa do PT. Lula não é responsável pela crise. Não falo das irregularidades, falo da questão política."

SOZINHO: "Faço questão de deixar o presidente Lula e o PT à vontade. Não vou pedir nada ao meu partido e ao presidente Lula. Vou me defender sozinho."

JULGAMENTO: "Por mais que pareça falta de humildade e modéstia, o que está sendo julgado é minha história, o projeto político que construímos, o governo Lula."

GOLPE: "Há em setores da oposição e da mídia a tentativa de desestabilizar o governo e dar um golpe branco para que Lula não tente a reeleição, e eu seja cassado."

MENSALÃO: "Não é verdade que organizei, permiti ou consenti qualquer ato que levasse a compra de voto ou mensalão. Quero repelir que tenha sido organizado sistema de corrupção no governo Lula."

PT: "Eu tinha responsabilidade demais (como ministro) para me preocupar com o PT. Talvez devesse ter empregado mais tempo para a vida do PT, já fiz esta autocrítica."

VALÉRIO: "Não seria surpreendente a presença de Valério nas reuniões. Entendi que ele prestava serviços ao BMG, ao Rural, à Usiminas e ao Banco Espírito Santo."

DELÚBIO: "Não tenho de explicar (saques no Rural), quem tem de explicar é o Delúbio Soares."

LINCHAMENTO: "Não sou réu confesso, me declaro inocente. Fui submetido a um linchamento público. De uma hora para outra virei o chefe da quadrilha, virei bandido."

GOLPES: "Não vou me calar, não vou me amedrontar com o noticiário tendencioso, os editoriais. Por erros políticos já jogamos fora, em golpes e contragolpes, avanços políticos e sociais. Juscelino terminou o governo acusado de ser corrupto e morreu em dificuldades. Um deputado que conviveu com Tancredo me contou que ele era aplaudido nos restaurantes onde chegava. Depois, no início de 64, os gritos de corrupto e subversivo o impediam de sentar no restaurante."

ELEIÇÕES: "Quem julga é o povo, teremos eleições em 2006. Posso ser condenado politicamente pelo eleitor."