Título: Carga tributária total passa de 39% do PIB
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/09/2005, Economia & Negócios, p. B4

A carga tributária no País passou de 37,83% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro semestre de 2004 para 39,34% nos primeiros seis meses de 2005, conforme estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O aumento de 1,51 ponto porcentual abrange a arrecadação dos tributos federais, estaduais e municipais. Com o número do primeiro semestre de 2005, o IBPT prevê que os impostos responderão por 37,5% do PIB no encerramento do ano, resultado que representaria, segundo o instituto, um recorde histórico.

"Ao contrário do alegado reiteradas vezes pelo governo federal, a carga tributária brasileira continua crescendo, e muito", afirmou, em comunicado à imprensa, o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o PIB acumulou R$ 918,6 bilhões de janeiro a junho de 2005, o que confirma o crescimento de 3,4% da economia sobre igual período de 2004.

No estudo apresentado pelo IBPT, a arrecadação de tributos no País totalizou R$ 361,38 bilhões nos seis meses iniciais deste ano. Os tributos federais atingiram R$ 246,75 bilhões (68,28%), os estaduais, R$ 94,50 bilhões (26,15%), e os municipais, R$ 20,13 bilhões (5,57%).

IMPOSTO PER CAPTA

De acordo com o IBPT, a carga tributária per capita do primeiro semestre de 2005, em comparação com o mesmo período do ano anterior, apresentou crescimento de 13,32%, o que significa que cada brasileiro pagou R$ 231,06 a mais de tributos no semestre.

Na projeção para o encerramento do ano, o instituto estimou que haverá um aumento de 12,55%, resultado obtido com a projeção de pagamento, por pessoa, de R$ 4.040 em impostos, contra R$ 3.588 no ano passado.

"O constante arrocho fiscal fará com que, em média, cada brasileiro pague R$ 452 a mais de tributos neste ano e a arrecadação tributária, por segundo, ultrapassará R$ 24 mil no fim do ano", disse Amaral.