Título: Projeto vai para agência espacial
Autor: Roberto Godoy
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2005, Nacional, p. A18

Em um mês estará na Agência Espacial Brasileira (AEB) o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). A agência, então, vai convocar seu conselho superior, que irá criar um grupo de trabalho para cuidar da licitação internacional para a encomenda dos satélites ou parte deles. Ao governo e à área militar, particularmente, é fundamental que o Brasil tenha os seus próprios satélites para evitar que o controle do tráfego aéreo e de comunicações governamentais fique com estrangeiras.

No momento, o estudo do satélite se encontra no Comando da Aeronáutica e está em fase de especificação do projeto, denominado 'requisitos logísticos, técnicos e industriais básicos'. A Aeronáutica propõe o lançamento de três satélites, a um custo de US$ 637 milhões, que servirão não só à parte espacial, melhorando a segurança da aviação civil e militar, mas também aprimorando as comunicações militares e as informações meteorológicas.

Aumentará a segurança no tráfego aéreo, apesar da redução de 2 mil pés para mil pés o distanciamento vertical entre aeronaves, como prevêem as novas regras internacionais que entram em vigor em 2010. A proposta é que os satélites sejam financiados pelo Fundo de Telecomunicações (Funtel).

De acordo com fontes do Ministério da Defesa, o custo do projeto será ressarcido em cerca de 5 anos, com a economia feita a partir da eliminação do pagamento pelo uso de telefones e outros serviços de telecomunicações pela União a empresas estrangeiras, já que o satélite a ser usado seria do governo brasileiro.

O lançamento de satélites foi muito discutido no início de 2004, mas perdeu força em meados daquele ano, quando o governo negociou com a empresa mexicana Telmex , atual controladora da Embratel, uma golden share, ação especial que deu ao governo direito de voto e veto na empresa de satélite Star One, controlada pela Embratel.

É pelo satélite da Star One que passam os dados e informações estratégicas das Forças Armadas. Apesar de o governo ter conseguido negociar as ações, há setores das Forças Aramadas que ainda vêem a necessidade de o País possuir seus próprios satélites.