Título: Alckmin entra em campo e declara apoio a pefelista
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/09/2005, Nacional, p. A7

Perillo também se empenha por Nonô e diz que engajamento do PSDB é ¿um sinal claro¿ da retomada da velha aliança

O governador Geraldo Alckmin abandonou a discrição com que vinha tratando a disputa pela presidência da Câmara e disse ontem que está confiante na vitória do deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), que ele é o candidato do PSDB e tem "plenas condições de ser um bom presidente, resgatar a credibilidade do Legislativo e atuar como magistrado". Com isso, sinalizou o ressurgimento da tradicional aliança entre PSDB e PFL. De Goiânia, o governador Marconi Perillo reforçou o empenho pela eleição de Nonô e disse que o apoio franco e engajado do PSDB ao pefelista é "um sinal claro" da retomada da velha aliança que elegeu duas vezes Fernando Henrique Cardoso presidente da República.

Os dois governadores, no entanto, deixaram claro que o apoio que expressaram de público era uma decorrência da decisão tomada pela direção nacional do PSDB e pela bancada tucana na Câmara, que definiram Nonô como seu candidato. "Os governadores seguem a decisão do partido", disse Perillo. Segundo ele, os governadores conversaram com as bancadas que influenciam para garantir o voto em bloco em Nonô.

Até alguns dias atrás, Alckmin defendia um candidato de consenso, mas não citava nomes. Ontem, descobriu que esse nome é Nonô. "É a aliança mais próxima do PSDB", afirmou, referindo-se ao PFL, o parceiro de longa data.

Um assessor próximo do governador disse que a tomada de posição do governador não visa à sucessão presidencial e ele só endossou uma decisão do partido. Segundo esse assessor, a declaração de Alckmin não deve ser interpretada como a retomada da aliança com o PFL, até porque ele continua a conversar com o PMDB e com outros partidos com os quais lida no governo paulista.

Mas Alckmin viveu ontem uma manhã própria de candidato à Presidência. Depois de sancionar a lei que isenta de ICMS o trigo e produtos da cadeia da panificação, o governador caminhou a pé pela rua para tomar café da manhã na padaria Feola, na Barra Funda. Depois distribuiu pãezinhos.

O fim do ICMS para o trigo, disse Alckmin, deve reduzir em até 5% o preço do pão francês ao consumidor final de São Paulo. O Sindustrigo informou que os moinhos de São Paulo operam com ociosidade de 40%, e das 900 mil toneladas anuais consumidas no Estado, só 324 mil toneladas são produzidas localmente. A diferença, de 576 mil toneladas anuais, é suprida por moinhos localizados em outras regiões, que, segundo o sindicato patronal, fazem concorrência predatória contra os moinhos paulistas.