Título: Algoz de ex-prefeito foi boy e vendedor de arroz e madeira
Autor: Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/10/2005, Nacional, p. A8

Vendeu arroz e madeira, nos anos 60, o homem que conseguiu o que um batalhão de promotores de Justiça, procuradores da República e magistrados perseguiram obstinadamente, anos a fio, mas não alcançaram: jogar o ex-prefeito Paulo Maluf numa prisão federal. Vivaldo Alves, o Birigüi, recém-chegado de Bilac, interior paulista - era 1962, ele com 16 para 17 anos - , arrumou um primeiro emprego na cidade grande como office-boy da Cofermetal, que trabalhava com ferro e aço. Depois, na zona cerealista, virou vendedor de arroz numa empresa da Avenida Mercúrio. Mudou de ramo e trocou o cereal pela madeira.

Na década de 70, Birigüi ingressou no mercado de capitais, como auxiliar de pregão, na Corretora Reaval. Está com 60 anos e tem duas filhas, uma com 27 anos, a outra com 24. As duas tocam franquia de roupas finas, com matriz em Londres.

Em 1984 ele entrou na Corretora Sistema, ligada ao Banco de Crédito Nacional, e ali ficou até o fim do Plano Collor (1990). Na Sistema, Birigüi "conheceu superficialmente" Flávio Maluf, que era cliente de Sérgio Beyrutti. Com a morte de Beyrutti, a viúva dele, no segundo semestre de 1997, recomendou Birigüi à família Maluf.

O doleiro havia aberto loja de câmbio no Shopping Iguatemi - a primeira casa do ramo em shopping ficou conhecida como "butique de câmbio". No Real, comprou a segunda loja. Os pontos foram cedidos à Corretora Souza Barros, que os explora atualmente.