Título: Debate mostra divisão na cúpula da Força Sindical
Autor: Fabiana Cimieri
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2005, Metrópole, p. C8

O presidente nacional da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vai votar não à proibição do comércio de armas no referendo do dia 23. Mas a posição não é unânime na cúpula da central. O presidente estadual da entidade, Danilo Ferreira, por exemplo, votará sim à proibição. Ambos participaram ontem de um debate com deputados das frentes pró e contra a venda de armas. "Se os bandidos souberem que você não tem arma, podem entrar tranqüilos na tua casa, arrombar o portão e estuprar a tua filha", disse Paulinho, sob aplausos da maioria dos 200 presentes. "Os números mostram que menos arma significam menos mortes", rebateu Ferreira.

O principal defensor do sim foi o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), da Frente Parlamentar por um Brasil Sem Armas. Ele mencionou a queda do número de mortes por armas ocorrido depois da adoção do Estatuto do Desarmamento. A taxa de homicídios caiu 8% em 2004, o que significa 3.234 vidas salvas.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa, Alberto Fraga (PFL-DF), ironizou o número. "Será que eram as pessoas que entregaram as armas que matavam? Os R$ 500 milhões gastos com esse referendo poderiam ser investidos em saúde." De acordo com dados oficiais, a consulta vai custar R$ 274 milhões.