Título: Preços para a terceira idade tiveram deflação
Autor: Nilson Brandão Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2005, Economia e Negócios, p. B3

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3I) registrou deflação de 0,19% no terceiro trimestre deste ano, ante um resultado positivo de 1,83% no segundo trimestre. A queda de preços dos alimentos levou à deflação, que poderia ter sido maior, não fossem os impactos de alta das tarifas públicas e dos planos e seguros de saúde na cesta de gastos da terceira idade. A avaliação foi feita pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz.

No mesmo período, o IPC Brasil foi de -0,22%. A diferença entre o índice da terceira idade e o indicador geral de preços ao consumidor no terceiro trimestre foi a menor durante o ano. No ano, o IPC-3I acumula alta de 3,46%, pouco acima dos 3,43% do IPC Brasil.

De julho a setembro, as variações do IPC-3I foram, respectivamente, de 0,20%, -0,44% e 0,06%. No terceiro trimestre, as principais influência de baixa nos preços vieram dos grupos de alimentos (-3,49%) e do vestuário (-2,25%).

Segundo a FGV, itens alimentícios que costumam apresentar alta de preços durante o inverno contribuíram para o resultado. Os preços de carnes bovinas, que no terceiro trimestre de 2004 registraram alta de 1,61%, no mesmo período deste ano tiveram queda de 1,65%. Outros produtos puxaram a inflação do idoso para cima. No caso dos planos de saúde a variação de preços foi de 2,8%. Já a tarifa de água e esgoto foi de 0,81% para 6,71% e de telefonia fixa, de 0,52% para 5,13%. Os preços dos medicamentos ficaram praticamente estáveis no terceiro trimestre (-0,02%).

Dados da FGV mostram que o peso dos planos de saúde e medicamentos na cesta de compras da terceira idade (9,94%) é praticamente o dobro da fatia no orçamento da população em geral (4,89%). O índice da terceira idade foi formado a partir dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do biênio 2002/2003. Com estas informações, foi montado o perfil básico de consumo médio das famílias compostas por pelo menos metade dos integrantes com 60 anos ou mais de idade, e renda mensal entre um e 33 salários mínimos.