Título: Esqueletos ajudaram a descrever a 'raça' local
Autor: Eduardo Kattah
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/10/2005, Vida&, p. A30

HISTÓRIA: A partir da descoberta de esqueletos humanos na gruta do Sumidouro, em pleno no século 19, Peter Lund descreveu uma população pré-histórica que denominou de "Raça de Lagoa Santa". Os paleoíndios eram caçadores-coletores, tinham um tipo físico peculiar - homens que mediam 1,53 metro, em média, e mulheres com 1,43 metro - e viviam da caça, da pesca, de frutos do cerrado e de também coquinhos. Fabricavam instrumentos de pedra lascada (pontas de flechas, raspadeiras, furadores) e instrumentos de pedra polida (machadinhas, batedores, mãos de pilão, etc.).

Eles moravam em acampamentos sazonais (de acordo com as estações do ano), nos abrigos calcários e também no topo das colinas, sempre perto de lagoas.

As populações pré-históricas mais recentes fabricavam a cerâmica (potes, tigelas, pratos e fusos) feita de argila misturada com outros fragmentos minerais triturados para dar liga ao barro (antiplástico). A raça de Lagoa Santa registrou também sua presença através da arte rupestre (desenho nos rochedos). Representou o cotidiano através de desenhos de animais, das cenas de caça, fecundação, etc. A tinta era feita de pigmentos minerais, como óxido de ferro, manganês e outros, misturado com óleos animal e vegetal.