Título: Ex-diretor do BB nega saber de mensalão no governo FHC
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2005, Nacional, p. A9

Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco do Brasil, adiantou ontem, em nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, que nada falará, no seu depoimento à CPI do Mensalão, sobre a denúncia de compra de votos na votação da emenda da reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aprovada pelo Congresso em 1997. "Recebi com surpresa a notícia de minha convocação pela Comissão Parlamentar de Inquérito conhecida como CPI do Mensalão. Como é dever de todo cidadão, lá estarei para apresentar esclarecimentos que estiverem a meu alcance. Mas adianto que nada sei sobre mensalão neste governo ou no anterior. Nunca tinha ouvido falar no assunto antes de o tema chegar à imprensa", disse Ricardo Sérgio, na nota.

Embora nunca tenha sido oficialmente tesoureiro do PSDB, Ricardo Sérgio atuou como arrecadador de fundos para algumas campanhas tucanas. Como diretor do BB, com influência nas decisões da Previ, o fundo de pensão do banco, teve também atuação controversa em algumas das bilionárias privatizações de empresas estatais feitas pelo governo FHC.

Na disputa política entre petistas e tucanos nas CPIs, Ricardo Sérgio virou alvo também por causa de uma intrigante coincidência. O edifício em Belo Horizonte onde funciona a SMPB, uma das agências de publicidade do empresário Marcos Valério, pertence à Planefin, uma das empresas de sua propriedade. Segundo o PT, o prédio foi vendido à Planefin pela Petros, o fundo de pensão da Petrobrás, por R$ 11 milhões, em 1999, no governo FHC.