Título: Falta de recursos ameaça pesquisa de versão nacional
Autor: Cristina Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2005, Vida&, p. A18

REALIDADE BRASILEIRA: Enquanto a vacina patrocinada por um laboratório internacional avança, uma iniciativa nacional corre o risco de morrer na praia. A equipe do Instituto Butantã, que desenvolve um produto similar contra o HPV 16 e 18, não obteve continuidade do financiamento que levaria adiante o trabalho. Segundo o coordenador da área de genética do instituto, Willy Beçak, é preciso R$ 1,5 milhão, em três anos, para que os estudos em laboratório acabem - o passo seguinte seria o teste clínico. O pedido foi feito ao Ministério da Saúde e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sem resposta até agora. Como conseqüência, dois dos quatro pesquisadores que trabalhavam no projeto já foram dispensados e Beçak não consegue mensurar quanto tempo seria necessário para terminar o produto nestas condições. Hoje, o projeto é mantido exclusivamente pelo instituto, mas as verbas são poucas para comprar material e pagar equipe.

A idéia é disponibilizar para o governo brasileiro uma versão mais barata, como foi feito no caso da vacina contra a hepatite B: enquanto o produto de um laboratório internacional custa US$ 5, a versão nacional criada pelo Butantã poderá ser obtida a US$ 0,50.