Título: Petros usou serviços de 3 corretoras investigadas
Autor: Alessandra Saraiva
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/10/2005, Nacional, p. A5

RIO - A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, informou ontem que usou os serviços de 3 das 11 corretoras que tiveram o sigilo bancário quebrado pela CPI dos Correios, para operações iniciadas em 2003. De acordo uma nota distribuída ontem pela fundação, sua atual gestão não recorreu aos serviços das corretoras citadas pela CPI em negociação de títulos públicos federais - que constituem o principal alvo das suspeitas dos parlamentares que integram a CPI. Os contratos com as corretoras teriam ficado restritos a operações de compra e venda de ações. O gasto total da Petros com serviços de corretagem na Bovespa, ainda de acordo com a nota da fundação, foi de R$ 4.456.415 entre janeiro de 2003 e setembro de 2005. Este valor refere-se a operações com um conjunto de 31 corretoras.

Os gastos específicos com a três empresas relacionadas na lista da CPI somam R$ 262.482, distribuídos da seguinte forma: a Walpires S.A., recebeu R$ 9.358; a Sociedade Corretora Paulista (Socopa), R$ 99.823; e a corretora Planer CV S.A., R$ 153.300.

TRANSPARÊNCIA

O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, afirmou, durante seminário realizado ontem no Rio, que a decisão de quebra do sigilo das corretoras foi uma medida importante, porque estimula a transparência no mercado. Na opinião dele, a medida também servirá "para que, caso existam erros, que se figure de forma clara quem os fez, e pare de se colocar tudo no mesmo saco".

O executivo criticou de maneira enfática o que considerou uma generalização no tratamento dado aos fundos de pensão no caso das suspeitas que recaíram sobre alguns agentes de mercado, como corretoras de valores, na investigação sobre a existência de um caixa 2 do PT. Também lembrou que ele e os presidentes da Previ (Banco do Brasil), Sergio Rosa, e da Funcef (Caixa Econômica Federal), Guilherme Lacerda, já prestaram depoimento à CPI dos Correios, há pouco mais de um mês.

Naquela ocasião, o presidente da Petros entregou à CPI a relação de todas as corretoras que atuaram com o fundo de pensão nos últimos cinco anos.