Título: Bancários devem parar hoje em quase todo o País
Autor: Paulo Baraldi
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/10/2005, Economia & Negócios, p. B8

Os bancários de boa parte do País entram em greve por campanha salarial a partir de hoje. Apenas em Brasília, Rondônia, Roraima e Florianópolis eles decidiram não parar, conforme balanço da Confederação Nacional dos Bancários (CNB) divulgado ontem à noite, após a realização de assembléias em quase todo o Brasil. Amazonas, Goiás e Tocantins não têm sindicatos ligados à CNB. Segundo o presidente da confederação, Vagner Freitas, a partir de agora a paralisação será um ¿processo de construção¿, ou seja, a manifestação deve ganhar força com os dias. Freitas disse que a greve, sem previsão de término, é para forçar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a fazer uma negociação. ¿Desafiamos os bancos a fazerem uma rodada de negociação.¿ Os bancários pedem reajuste de 11,77%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de um salário, mais R$ 788, acrescidos de 5% do lucro líquido, entre outras 100 cláusulas.

A Fenaban informou que mantém a proposta inicial: 4% de reajuste para salários, pisos e demais verbas, abono de R$ 1 mil e PLR de 80% do salário e valor fixo de R$ 733. Terça-feira, o presidente da Febraban, Márcio Cypriano, disse que cabe aos bancários apresentar uma contraproposta, pois não responderam à proposta da federação. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região tem divulgado dois documentos rejeitando a oferta da Fenaban, protocolados nos dias 22 e 23 do mês passado.

Na capital paulista, cerca de 1,2 mil bancários participaram da assembléia. De acordo com estimativa do presidente do sindicato, Luis Cláudio Marcolino, 90% dos trabalhadores votaram pela greve. Ele disse que hoje a paralisação será focada na região central e na Avenida Paulista. ¿A partir daí, irá ampliando.¿ Uma passeata deve ocorrer a partir das 17h. O trajeto ainda não foi definido e os participantes devem se aglomerar na Praça do Patriarca.

Segundo Marcolino, a manifestação será feita com a ajuda de carros de som, adesivos e faixas a serem colocadas em frente às principais agências bancárias. ¿Não esperamos ter 100% de paralisação, então indicamos à população que procure as agências que estarão abertas e os caixas eletrônicos.¿