Título: Maia quer apoio do PFL a nome tucano em 2006
Autor: Felipe Werneck e Rodrigo Morais
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2005, Nacional, p. A11

RIO - O prefeito do Rio, César Maia (PFL), defendeu ontem o apoio a um nome do PSDB nas eleições para Presidência, após encontro com o governador paulista, Geraldo Alckmin, um dos pré-candidatos tucanos. Inicialmente apontado como possível candidato à sucessão, Maia admitiu que houve uma "interrupção do projeto do PFL em função da crise política". Para ele, a eventual aliança é o "caminho natural" dos partidos. "A tendência é essa, que a gente possa estar junto com o PSDB. Posso falar da minha vontade, do meu entusiasmo, do meu voto individual", disse Maia. "As convenções vão decidir quem será o candidato do PSDB, se querem essa parceria, eu espero que sim. Vamos estar aqui empenhados para que saia um candidato do PSDB vitorioso à Presidência."

Em outro evento, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Alckmin disse que, apesar de nem sempre ser possível, a parceria é boa. "PFL e PSDB têm sido parceiros. Às vezes não é possível, há disputa. Mas, onde for possível, essa parceria é boa. Em São Paulo, o meu vice-governador é do PFL, o professor (Cláudio) Lembo. No Rio, o vice do prefeito Cesar Maia está aqui conosco, Otávio Leite", destacou. "Eu acho importante as alianças. Porque você vai ter que fazer alianças pra governar. É bom fazer antes, até para o povo saber quais são. (A aliança) será possível se, no caso nacional, nós respeitarmos muito os demais partidos, se o PFL não tiver candidato próprio e achar que deve fazer a aliança. Ele (Maia) foi muito simpático em relação a trabalhar junto, PSDB e PFL."

Além de Alckmin, Maia citou os outros pré-candidatos tucanos: "Me coloquei inteiramente à disposição do governador, do José Serra (prefeito de São Paulo) e do Aécio (Neves, governador de Minas) para o que precisarem da gente do ponto de vista político: conhecerem nossos programas, nossos problemas, dar maior visibilidade aos nomes que já são muito visíveis dos três pré-candidatos; do ex-presidente Fernando Henrique não preciso falar."

Alckmin afirmou esperar que as CPIs em andamento no Congresso punam os culpados. "Não se pode permitir que se coloque sujeira embaixo do tapete. Temos que mostrar que o Brasil tem democracia madura e instrumentos eficazes para apurar e punir a corrupção", declarou. "Na CPI do Orçamento foram cassados dez deputados, e naquele tempo a situação era muito menos grave do que hoje, agora há uma grande mistura indevida entre o público e o privado."

O governador disse ainda ser "impossível" para o Congresso votar a reforma política no ano que vem. "Acho que você não pode fazer reformas na véspera da eleição. Aliás, a Constituição brasileira proíbe", afirmou. "É óbvio que uma reforma mais profunda só vai ser feita na próxima legislatura. Isso é para 2007. Aliás como as demais reformas, fiscal, tributária, administrativa."