Título: Enfermeira se aposentou após derrame
Autor: Claudia Ferraz e Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2005, Vida&, p. A17

VIDA COMPROMETIDA: Dirce da Glória Santos, de 68 anos, trabalhava 12 horas por dia como enfermeira. Além de não sobrar tempo para praticar exercícios físicos, ela fumava e era hipertensa. Ainda se lembra de um episódio de dez anos atrás. Chegou em casa, tomou banho, jantou, mediu a pressão - naquele dia, 15 por 9 - e tomou seu remédio para hipertensão. Em seguida, fumou um cigarro e foi dormir. "No dia seguinte, acordei com o lado direito do corpo paralisado, meu pé estava torto." Depois do derrame, Dirce ficou um ano sem andar, contava com a ajuda do marido e do vizinho. Com muita força de vontade, conseguiu andar. "Meu marido tinha saído e eu fiquei sozinha. Fiquei com muita vontade de ir ao banheiro, mas só conseguia ficar sentada. Depois de umas dez tentativas, consegui ficar de pé." Outra conquista de Dirce foi ao buscar sua aposentadoria, já que não tinha mais como trabalhar. "Eles pediram que eu assinasse com o dedo. Eu disse que não era analfabeta." Três meses depois, ela voltou escrevendo com a mão esquerda.