Título: Crise política não impressiona o FMI
Autor: Fabio Graner
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

BRASÍLIA - A crise política não mexeu com o otimismo do Fundo Monetário Internacional em relação à economia brasileira. Demonstrando estar bastante satisfeito com os sinais de que a política econômica não mudará, podendo até tornar-se mais rigorosa após encerrado o acordo entre o Brasil e a instituição, o chefe da missão do FMI, Charles Collyns, disse ao Estado que o horizonte de desenvolvimento econômico brasileiro é promissor. Na sua avaliação, mesmo na crise o governo foi ¿capaz de manter uma forte gestão das políticas fiscal e monetária e continuar avançando nas questões de gestão da dívida pública¿. Collyns não tem dúvida de que, independentemente de crise política, o governo continuará firme no rumo da ortodoxia. Ele ressaltou o resultado das contas públicas no conceito primário, que acumulou saldo positivo de R$ 78,9 bilhões entre janeiro e agosto. O montante é equivalente a 6,3% do Produto Interno Bruto. Quando o País tinha o programa com o FMI, o superávit exigido era de 4,25% do PIB.

¿O Brasil tem tido uma performance muito boa, especialmente na manutenção de alto superávit primário, e nós temos muita confiança em que isso será mantido. Então, não vemos problemas à frente. Nós estamos muito confiantes em que as coisas estão indo muito bem no Brasil¿, afirmou. O representante do FMI elogiou os resultados apresentados pelo Brasil e que estão sendo analisados pela missão. ¿São impressionantes as conquistas obtidas desde o ano passado: a inflação cedeu, as exportações continuam crescendo muito rapidamente, as contas externas estão muito fortes e o nível de atividade continua em expansão. Enfim, nós vemos uma economia forte¿, disse Collyns.