Título: 300 metalúrgicos se manifestam pelo "não" na frente da fábrica Taurus
Autor: Fabiano Rampazzo
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/10/2005, Metrópole, p. C1

Uma manifestação promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos reuniu cerca de 300 trabalhadores diante da fábrica da Taurus, ontem, para pedir à população que rejeite a proibição do comércio de armas no País no referendo do dia 23. Os participantes do ato público lembraram que o Estatuto do Desarmamento já estabelece um controle rigoroso sobre a venda e o uso de armas de fogo. E admitiram que temem pelo desemprego das cerca de 6 mil pessoas que trabalham na indústria produtora de revólveres, pistolas, espingardas e munição se o sim vencer na consulta popular. Eles só não disseram que 70% da produção da Taurus é para exportação.

"Essas empresas poderão migrar para outros países e gerar postos de trabalho por lá", disse o diretor do sindicato, Lírio Segalla Rosa, referindo-se às empresas Taurus, Rossi, Boito e CBC, que concentram a produção nacional de armas e cartuchos.

A manifestação começou no fim do turno de trabalho da Taurus, maior fabricante de armamentos do País, e prosseguiu com uma caminhada de 500 metros, da Avenida de Forte até a Assis Brasil, zona norte de Porto Alegre, onde foram distribuídos panfletos à população. "O dinheiro que será gasto no referendo poderia ser usado em políticas de segurança pública", criticou Rosa.