Título: BC compra mas dólar não sobe
Autor: Denise Abarca, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2005, Economia & Negócios, p. B11
Intervenção, já esperada, foi fraca, e o comercial fechou estável; Bolsa bate novo recorde de pontuação
Apesar do leilão de compra do Banco Central, o dólar não teve forças para se valorizar e fechou estável, em R$ 2,23. Foi a primeira compra do BC desde 16 de março. O Ibovespa voltou a bater recorde de pontuação (31.856), em alta de 0,86%, os juros futuros projetaram queda, o A-Bond perdeu 0,70%, vendido com ágio de 5,70%, e o paralelo recuou 0,28%, para R$ 2,52. A atuação do BC foi considerada modesta - ele teria comprado cerca de US$ 10 milhões. O comercial passou boa parte da manhã em alta, principalmente após a intervenção, mas perdeu força à tarde. O fluxo positivo de recursos foi forte. Quinta-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, disse que a recomposição de reservas poderia ser feita a qualquer momento. Como na sexta-feira havia o vencimento de dólar futuro, acreditava-se que o aviso seria cumprido ontem, e foi. Para alguns operadores, o volume baixo de compras foi coerente com a intenção de recompor reservas e não mexer na cotação. Para outros, a autoridade monetária apenas quis marcar posição. Mas poucos acreditam que os leilões semanais de swap cambial reverso serão reiniciados.
Na BM&F, o contrato futuro de novembro projetou queda de 0,02%.
O mercado de ações continua se beneficiando da combinação de uma forte liquidez internacional com os bons resultados da economia, refletidos pela queda do risco Brasil e pela avaliação positiva de instituições estrangeiras.
Agora, o Índice Bovespa acumula valorização de 21,61% em 2005 e de 33,98% em 12 meses. O volume financeiro ficou em R$ 1,816 bilhão.
Em setembro, o índice bateu 6 recordes seguidos, subindo cerca de mil pontos em apenas um mês. Por conta disso, operadores vêem espaço para um movimento de realização de lucros. Mas pelo menos no primeiro dia útil de outubro - quando o pregão viva-voz deixou de funcionar -, a Bolsa voltou a fechar em alta. "O gringo continua injetando dinheiro na Bovespa. É daí que vem o fôlego do mercado", comentou um operador. Em Nova York, o Dow Jones fechou em queda de 0,32% e a Nasdaq subiu 0,17%.
As maiores altas foram de Embratel Par PN (9,04%), TIM Par PN (4,10%) e Acesita PN (3,80%). As maiores quedas foram de NET PN (4,02%) e Brasil Telecom Par ON (3,03%).