Título: Camargo Corrêa sugere hidrelétrica na Argentina
Autor: Leonardo Goy
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2005, Economia & Negócios, p. B10

A Camargo Corrêa propôs ao governo Kirchner a construção de uma hidrelétrica entre o Brasil e a Argentina. Segundo o jornal Clarín, o Secretário de Energia da Argentina, Daniel Cameron, confirmou a proposta feita pela empresa brasileira. A obra ficaria na área dos saltos de Garabi, no Rio Uruguai, entre a província argentina de Corrientes e o Rio Grande do Sul, nas proximidades do município de Garruchos. A idéia de construir Garabi surgiu em 1972, mas foi arquivada pelos governos dos dois países. Três décadas depois, com a crise energética, o plano ressurgiu. Desde o início do ela vem sendo analisada com entusiasmo pelos dois governos.

A obra, que custaria entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,7 bilhão, proporcionaria à Argentina o equivalente a 9% da energia que consome atualmente. O lago que seria formado alagaria terras da província argentina de Misiones e do Rio Grande do Sul.

A tarefa de construir a hidrelétrica não será fácil, já que os habitantes de Misiones há poucos anos votaram em referendo a proibição da construção de obras desse gênero, por afetarem o ambiente.

Se a idéia for concretizada, Garabi será a primeira hidrelétrica binacional brasileiro-argentina. Até o momento, Brasil e Argentina possuem represas binacionais com outros países, mas não entre si - o Brasil com o Paraguai (hidrelétrica de Itaipu) e a Argentina também com o Paraguai (Yaciretá Apipé) e com o Uruguai (Salto Grande).

O Ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, indicou que o presidente Kirchner está entusiasmado com o projeto.