Título: Padronização pode ajudar a exportação
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/10/2005, Economia & Negócios, p. B7

POTENCIAL: A plantação de canade-açúcar ocupa apenas 0,6% do território brasileiro, com 5,4 milhões de hectares. A área apta para esse tipo de cultura é de, pelo menos, 12%. 'Ou seja, temos um estoque enorme de áreas de produção para ser explorado. Estamos numa ótima posição no mundo', afirma o professor Isaias de Carvalho Macedo, organizador do livro 'A Energia da Cana-de-Açúcar'. Para os próximos anos, o crescimento da plantação deve ocorrer com mais intensidade na Região Centro-Sul, com destaque para o Oeste de São Paulo. Mas outras áreas, como o Triângulo Mineiro, também devem apresentar forte expansão. Esse aumento na produção deve-se à busca por combustíveis limpos no mundo, que possam substituir o petróleo. De olho nesse mercado, os produtores brasileiros já se preparam.

O governo não quer perder espaço e já encomendou à Agência Nacional do Petróleo, ao Inmetro e à Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT) uma atualização das normas que tratam a especificação do álcool. Esse material deverá ser submetido a audiência pública, em novembro, afirma o coordenador- geral de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, José Nilton.

O objetivo é padronizar essas normas no mundo de forma a permitir que qualquer país compre o combustível do fornecedor que quiser, sem alterar o motor dos carros. A medida é importante porque o etanol pode ser obtido de várias matérias-primas. No Brasil, é feito de cana-deaçúcar, e nos Estados Unidos, de milho. Na Europa, o açúcar é feito de beterraba, o que significa que o álcool também seria produzido a partir dessa matéria-prima. 'Estamos nos articulando para que Brasil e Estados Unidos façam uma proposta em conjunto.'