Título: Bolsa cai 0,37% e dólar recua 0,49%
Autor: Mario Rocha, Patrícia Fortunato e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/10/2005, Economia & Negócios, p. B12

Mais uma vez, os mercados locais foram influenciados pelo cenário externo. A alta de 1,2% no Índice de Preços ao Consumidor (CPI), nos Estados Unidos, deixou os investidores em dúvida quanto ao comportamento da inflação nesse país, e o impacto não foi linear: o Ibovespa recuou 0,37%, o dólar caiu 0,49%, para R$ 2,246, o paralelo perdeu 0,16%, para R$ R$ 2,523, e os juros futuros projetaram queda. O A-Bond perdeu 0,65%, vendido com ágio de 1,30%, e o risco país se recuperou, caindo 2,05%, para 383 pontos - mas ultrapassou os 400 pontos ao longo do dia. Também influenciou o fechamento da corretora americana Refco, por irregularidades, a preocupação com o risco das economias emergentes e também alguns comentários de que fundos de "hedge" (proteção) teriam tirado recursos do País. O movimento financeiro na Bovespa recuou em relação à véspera e ficou em R$ 1,657 bilhão.

"O mercado ficou indefinido. Não há consenso sobre a economia dos Estados Unidos. Vamos ter de esperar novos indicadores e balanços de empresas", comentou um operador. Em Wall Street, a Nasdaq fechou em alta de 0,86% e o Dow Jones subiu 0,69%.

As maiores altas do Ibovespa foram de Contax PN (9,94%), Sadia PN (4,91%) e Light ON (3,11%). As maiores quedas quedas foram de Transmissão Paulista PN (6,54%), Cemig ON (5,12%) e Telesp Celular Par PN (3,80%).

O comercial iniciou a sexta-feira em alta mas não teve sustentação. O leilão de compra promovido pelo Banco Central ajudou, mais uma vez, a enxugar liquidez. O BC comprou dólar a R$ 2,254 e, encerrado o leilão, a cotação da moeda americana caiu mais. A demanda por dólares continua fraca, uma vez que a oferta continua alta.

Na BM&F, todos os contratos de dólar futuro projetaram queda.

No mercado de juros, a reação ao CPI foi positiva, já que o núcleo do índice ficou dentro das expectativas. Com isso, todos os contratos futuros devolveram parte da alta da véspera. O contrato de janeiro de 2007, o mais negociado, projetou taxa de 17,78% ao ano, contra 17,85% na quinta-feira.

Uma melhora no cenário externo, na próxima semana, poderá dar ânimo a quem espera um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic, embora a maioria acredite em 0,25 ponto.