Título: No enterro, família elogia exemplo de lisura
Autor: Fausto Macedo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/10/2005, Nacional, p. A16

EMOÇÃO: A família, amigos e colegas de profissão acompanharam na manhã de ontem o sepultamento do legista Carlos Delmonte Printes no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Fechada, a cerimônia contou com a presença do rabino Henry Sobel, do superintendente da Polícia Científica, Celso Periolide, e de um diretor do Instituto Médico Legal (IML), onde ele trabalhava. No total, cerca de 50 pessoas compareceram. Guilherme, o filho a quem Delmonte antecipou que tinha problemas de saúde e deixou uma carta com instruções sobre sua eventual morte - pediu para ser cremado e detalhou contas e senhas bancárias -, levou e colocou um jaleco do IML sobre o caixão. Segundo ele, como símbolo da grande paixão do pai pela medicina legal, que também foi lembrada no discurso da irmã, Lurdez. Emocionada, Lurdez discorreu sobre a dedicação e empenho com que o irmão trabalhava e fez um pedido aos colegas de Delmonte: "Que o exemplo dele seja seguido; prossigam seus trabalhos com lisura e enalteçam a medicina legal, que ele amava."

A exemplo dos outros dias, a mais emocionada no sepultamento era a mãe do legista. Ela chorou muito, acompanhou o cortejo até a sepultura e foi embora pouco antes do enterro, junto com o neto Guilherme. O enterro de Delmonte durou cerca de 3 horas e terminou pouco antes das 13 horas. Na cerimônia judaica, o caixão permanece fechado e um rabino faz as orações em uma sala, onde os homens ficam de um lado e as mulheres de outro. O rabino ainda acompanhou o corpo até o túmulo.

O único que falou com a imprensa foi Bruno Daniel, irmão do prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002, o caso mais famoso do legista. Bruno elogiou o trabalho de Delmonte e lamentou sua morte.