Título: Resultados semanais já mostram redução
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

As exportações de carne caíram da primeira para a segunda semana de outubro, mostram dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A queda ocorreu tanto no volume total da semana, que passou de US$ 230,9 milhões para US$ 141,7 milhões, quanto na média exportada a cada dia útil, que passou de US$ 46,1 milhões para US$ 35,4 milhões. O ministério informou que não tem como afirmar se esse resultado já é reflexo do embargo à carne anunciado por mais de 30 países. Embora essa hipótese não esteja descartada, técnicos informam que a queda pode ter sido provocada por outros fatores, como dificuldades logísticas, cancelamento de contrato ou algum fator sazonal. Um diagnóstico mais preciso sobre o efeito dos embargos na balança comercial está sendo elaborado desde a semana passada.

Para o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, "o que aconteceu é que na semana passada teve um feriado na quarta-feira e seria natural que, com menos um dia úti,l ocorresse uma redução da exportação". "Mas não houve queda em relação a isso", garantiu.

Em tom descontraído, antes de um encontro com o presidente da República em exercício, José Alencar, o ministro Furlan brincou ao ser indagado sobre a febre aftosa. "Eu sou vacinado."

Furlan explicou que os prejuízos à exportação podem ser reduzidos caso a Rússia limite o seu embargo à carne produzida em Mato Grosso do Sul, onde ocorreu o foco. "Temos notícia da possibilidade, com a ida do presidente e do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a Moscou, de que a Rússia pode flexibizar, colocando em quarentena somente o Estado de Mato Grosso do Sul", disse o ministro.

Furlan disse que essa proposta, se aceita pelos russos, evitará queda nas exportações de carne brasileira. "Nessa condição, a possibilidade de queda nas exportações seria muito atenuada", afirmou.

Ontem, a Indonésia anunciou embargo à carne brasileira, elevando para 32 o número de países que bloquearam parcial ou totalmente a entrada do produto. O Ministério da Agricultura, porém, ainda não tinha uma confirmação oficial da medida.