Título: Interesse pela Bacia do São Francisco surpreende
Autor: Nicola Pamplona e Kelly Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2005, Economia & Negócios, p. B8

Nem a prolífica Bacia de Campos, tampouco a promissora Bacia de Santos: a maior disputa do primeiro dia de leilões da Agência Nacional do Petróleo se deu por uma região pouco conhecida, com poucas informações sobre seu potencial petrolífero. A Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, teve 43 blocos oferecidos e 39 arrematados, num embate que durou cerca de uma hora. Ao todo, 19 envelopes com ofertas foram oferecidos, número pouco comum em licitações da agência. Espalhada pelas regiões Oeste e Norte de Minas, a bacia sequer tem histórico na área de petróleo. As poucas informações do subsolo da região foram obtidas no último ano, por meio de uma parceria entre a ANP e a Universidade de Ouro Preto. Mas foi o suficiente para atrair grupos dos mais variados portes, desde as gigantes BG e Petrobrás a pequenas e pouco conhecidas empresas nacionais, como a Orteng, que atua no ramo de engenharia. A argentina Oil M&S, sozinha, levou 21 blocos na bacia. 'A empresa tem experiência em blocos terrestres e identificou um bom potencial no São Francisco', disse o seu representante brasileiro, Marcelo da Fonseca. Petrobrás e BG - esta há três anos longe dos leilões - arremataram outros dois. 'São Francisco é uma bacia com potencial para gás natural e fica perto dos mercados consumidores', disse Luiz Costamillan, presidente brasileiro da BG, que controla a distribuidora de gás canalizado Comgás. Região que concentrava as maiores expectativas antes do leilão, a Bacia de Santos teve só um bloco arrematado entre os 174 ofertados. A Petrobrás levou sozinha um bloco com potencial para reservas de gás natural e óleo leve, segundo o gerente executivo de exploração da companhia, Paulo Mendonça. As melhores áreas na região, perto do campo gigante de Mexilhão, ainda não foram ofertadas.