Título: Petrobrás fica com 28 áreas em leilão da ANP
Autor: Nicola Pamplona e Kelly Lima
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2005, Economia & Negócios, p. B8

A Petrobrás manteve a tradição e levou a maior parte dos blocos arrematados no primeiro dia da 7ª sétima rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo no Brasil. Mas, desta vez, a estatal foi importunada pela espanhola Repsol, tradicional parceira em outras atividades. No primeiro de quatro dias de disputa, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) arrecadou cerca de R$ 546,6 milhões, valor próximo do recorde de arrecadação em uma rodada inteira, de R$ 665 milhões, obtido em 2004. Segundo o balanço da ANP, 140 áreas, divididas em 12 lotes, foram arrematadas ontem por empresas dos mais variados portes. Outros 22 lotes serão ofertados nos próximos dias. A Petrobrás sozinha ficou com 31 áreas. O leilão selou a volta de grandes petroleiras ao mercado brasileiro - além da Repsol, participaram as britânicas BG e Shell e a americana Devon.

LANCES

Em parceria com a Petrobrás, a Shell perdeu as duas áreas que disputou, no Espírito Santo, para a Repsol. Em uma delas, a espanhola entrou em sociedade com a Amerada Hess.

Desde a terceira rodada de licitações, em 2001, a Shell não entrava sozinha na disputa - no ano passado, integrou dois consórcios vencedores, em nenhum deles como operadora, o que lhe daria as rédeas do negócio. Este ano, levou sozinha um bloco na Bacia do Espírito Santo e, como operadora, um em Campos, em parceria com a norueguesa Statoil.

Integrou ainda um consórcio liderado pela americana Amerada Hess, vencedor da disputa por outro bloco no Espírito Santo, perto de Golfinho. Em todas, bateu consórcios com participação da Petrobrás, gastando um total de R$ 77 milhões pelas concessões. Mas os blocos 471 e 473 da Bacia de Campos foram arrematado pela estatal em parceria com a Devon.

A parceria Petrobrás e Devon, por sinal, rendeu o maior lance de todo o dia: R$ 116 milhões pelo bloco 471 de Campos. Adversárias no leilão passado, quando a americana bateu a brasileira na disputa por uma área próxima à província petrolífera do Parque das Baleias, as duas resolveram se juntar por causa do campo de Curió, descoberto recentemente em um antigo bloco exploratório chamado BC-2. Curió fica dentro da área do 471.

Ao contrário da Repsol, a maior parte das petroleiras multinacionais decidiu entrar em parceria com a Petrobrás, como vem se tornando costume nos últimos leilões, estratégia que reduz consideravelmente os riscos, dizem representantes das empresas.

A canadense Encana e a portuguesa Petrogal, por exemplo, ajudaram a Petrobrás a arrematar todas as quatro áreas de águas rasas na Bacia Potiguar. Statoil e Devon foram outras que optaram por entrar na disputa com os donos da casa.

O primeiro dia de leilão marcou ainda a estréia de 11 companhias no mercado brasileiro de petróleo, a maior parte com destino à Bacia de São Francisco, em Minas Gerais. Cinco setores, nas bacias de Pará-Maranhão, Barreirinhas, Foz do Amazonas, Camamu-Almada e Pelotas, não receberam ofertas.