Título: Crise estimula voto no não, diz Cesar Maia
Autor: Guilherme Evelin
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2005, Metrópole, p. C4

Recente defensor do não à proibição do comércio de armas e munição no referendo, o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), atribuiu à crise política vivida pelo País o crescimento da campanha da Frente pelo Direito da Legítima Defesa, contrária ao veto à venda de armamentos. O pefelista, que ontem se posicionou publicamente sobre o assunto, disse que, se for vencedor, o não confirmará uma tendência política de "valores conservadores". "Certamente, será um não maior a Lula, um não ao ambiente político resultante dos escândalos", declarou o prefeito. "Minha opinião é que a campanha (do não) partiu dentro do tema, foi sendo politizada - o que é natural - e finalmente foi influenciada pelo ambiente pós-maio de 2005."

Segundo Maia, pesou na decisão pelo não a avaliação de que o sim será inócuo, poderá limitar a segurança particular e será decidido numa consulta direta ao povo, instrumento que ele condena, por considerar autoritário. "Amanhã, com um presidente em início de mandato, será usado aqui para fazer qualquer coisa que pretender o novo presidente." Maia criticou a campanha do sim, segundo ele feita com argumentos que "foram se mostrando inócuos".