Título: IGP-10 retoma alta, com choque de combustíveis
Autor: Alessandra Saraiva
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

Índice teve aumento de 0,48% em outubro, depois de uma deflação de 0,69%

Após cinco meses sem aumento, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) voltou a subir, com variação de 0,48% em outubro, ante deflação de 0,69% em setembro. Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve um verdadeiro choque de combustíveis no indicador, que sofreu o impacto dos reajustes da gasolina e diesel anunciados pela Petrobrás, em vigor desde 10 de setembro. O IGP-10 abrange o período de 11 de setembro a 10 de outubro - ou seja, 30 dias exatos após a divulgação dos reajustes pela Petrobrás. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o processo de deflação medido pelos IGPs já dava sinais de que ia terminar em breve, mas 'o reajuste dos combustíveis acelerou o processo'.

Para dimensionar o impacto dos combustíveis na inflação, Quadros citou a alta do preço do óleo diesel no atacado (de 0,32% para 8,90%, de setembro para outubro). Se fosse excluído o efeito do diesel na inflação, o IGP-10 de outubro teria subido menos da metade: 0,21%.

'Essa subida do IGP-10, agora, é mais um soluço do que uma tendência', disse Quadros, que não descarta uma taxa menor no IGP-10 de novembro. Com a alta dos combustíveis (7,79%), os preços no atacado subiram 0,57% em outubro, ante queda de 0,91% em setembro.

O IGP-10 de outubro também marcou o fim do efeito benéfico da valorização do real ante o dólar, que durante meses reduziu os preços de produtos relacionados à moeda americana no atacado.

Os preços dos materiais e componentes para manufatura passaram de queda de 0,87% para alta de 0,06%.

Esse setor sofre influência direta do câmbio.