Título: Governo tenta aprovar remendo da MP do Bem
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/10/2005, Economia & Negócios, p. B8

Líderes empresariais começam a temer pelo rumo dos investimentos nacionais e estrangeiros que estavam sendo planejados com base nos benefícios da MP do Bem. "Essa incerteza sobre a MP afeta a seriedade do Brasil, e os dois poderes (Executivo e Legislativo) têm culpa por isso. Se a MP não for votada, muitos investimentos de vulto poderão ser cancelados", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello. Segundo ele, se a MP do Bem não tiver seus incentivos reativados, haverá um aumento de 10% no custo de implantação de vários investimentos. Isso poderia inviabilizar alguns novos empreendimentos já anunciados. A preocupação é compartilhada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que esteve essa semana no Senado pedindo pressa na votação da MP 255, na qual serão "enxertados" pedaços da MP do Bem, que deixou de valer na semana passada. O ministro também pediu aos empresários que pressionem o Congresso. A MP 255 está prestes a perder a validade, assim como aconteceu com a MP do Bem (252). O prazo se encerra no dia 31. Até lá, é preciso votar o texto no Senado e na Câmara. Mas as negociações avançam lentamente.

Os líderes do governo já admitem abrir mão da inclusão do maior prazo para pagamento de sentenças judiciais de pequenas causas no texto da MP 255, mas querem o aval da oposição para um outro projeto de lei que trate desse mesmo assunto. Também não há acordo sobre o que seria incluído na MP 255.