Título: Rocha diz que sabia de caixa 2 do PT em sua campanha
Autor: Mariana Caetano e Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/10/2005, Nacional, p. A4

O ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), que renunciou ao mandato parlamentar na segunda-feira para não responder a processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, revelou ontem que pretende disputar o governo do Pará nas eleições do ano que vem. Rocha adiantou seus planos durante reunião do Campo Majoritário petista. De acordo com o ex-parlamentar, a decisão de renunciar foi tomada por orientação do PT paraense. Rocha diz que seu nome é um dos mais cotados para a disputa do governo estadual.

As investigações das CPIs do Mensalão e dos Correios revelaram que uma assessora de Paulo Rocha, Anita Leocádia, sacou pelo menos R$ 420 mil das contas do empresário mineiro Marcos Valério de Souza, acusado de operar o mensalão.

DEFESA

Rocha argumenta que não há comprovação do mensalão e seria incoerência ele ter recebido recursos para votar favoravelmente a propostas de um partido que ajudou a fundar e do qual foi líder.

Apesar disso, ele reconheceu a existência de caixa 2 e lamentou que as comissões de investigação do Congresso não tenham aprofundado as investigações.

Rocha reafirmou, ainda, que os repasses foram destinados ao PT em seu Estado, com o objetivo de quitar compromissos de campanha. "Eu comprovei o destino dos recursos, esse era o meu papel e fez parte da minha defesa", reforçou.

O ex-deputado disse que "todo mundo sabia" que os recursos eram para pagar dívida de campanha não-contabilizada. E complementou, destacando que a legislação eleitoral dá brechas para regularizar essas despesas.