Título: Henry atribui a 'ciúme doentio' denúncias de Jefferson contra ele
Autor: Eugênia Lopes, João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2005, Nacional, p. A6

O deputado Pedro Henry (PP-MT) atribuiu, em depoimento ao Conselho de Ética, a um "ciúme doentio" a atitude do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de envolvê-lo nas denúncias do mensalão. "Ele (Jefferson) nunca me perdoou pelo fato de eu, um ilustre desconhecido, tê-lo superado, com seus 20 anos de corte. Foi um ciúme doentio", disse Henry. "As alegações que ele fez foram motivadas por essa indisposição pessoal", afirmou o ex-líder do PP explicando que Jefferson nunca aceitou o fato de ele ter crescido na Câmara. Em seu depoimento, Henry negou qualquer envolvimento no suposto esquema do mensalão. Ele disse que nunca apareceu nenhum documento nem testemunho contra ele nestes quase cinco meses do início do escândalo - desde as primeiras denúncias do deputado Roberto Jefferson, apesar das investigações levadas adiante pelas CPIs, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

"Ninguém me relacionou, em momento algum, como beneficiário", afirmou o deputado matogrossense. "Nas listas amplamente divulgadas pela imprensa, em momento algum, nem eu apareço, nem meus familiares ou assessores diretos aparecem , como beneficiários", acrescentou Henry.

Ele alegou também que a acusação contra ele "se fundamenta exclusivamente no depoimento de Roberto Jefferson, que foi cassado porque mentiu".

O deputado pediu ao conselho o arquivamento do processo em que é acusado de ter pressionado o líder do PTB, deputado José Múcio Monteiro (PE), a aderir ao suposto esquema do mensalão.

O relator do processo de cassação de Henry, deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP), informou que vai convidar para depor no Conselho de Ética João Cláudio Genu, assessor do líder do PP na Câmara, José Janene (PR), responsável por saques na conta do empresário Marcos Valério.