Título: Surto não afeta meta deste ano
Autor: Patrícia Campos Mello
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/10/2005, Economia & Negócios, p. B3

O surto da febre aftosa não vai comprometer a meta de exportações do governo federal de US$ 117 bilhões para este ano, avaliou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ivan Ramalho, para quem o assunto deverá estar superado ainda no primeiro semestre de 2006. "Para este ano, ainda que possa ocorrer alguma queda em alguns setores específicos, acreditamos que a aftosa não deva impactar significativamente a meta que já está definida (para 2005)". O secretário participou ontem de seminário sobre comércio exterior na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Ele explicou que em casos desse tipo, os países suspendem preventivamente as importações, para depois obter informações sobre o que está ocorrendo. "Isso já está sendo feito pelas autoridades da área sanitária do Ministério da Agricultura, mostrando todas as providências tomadas."

Ramalho afirmou ainda que a carne é exportada a partir de vários Estados e nem todos foram atingidos pelas suspensões. Mesmo os que foram afetados, disse, "num período relativamente curto, com as informações dadas pelas autoridades brasileiras, a suspensão já poderá ser interrompida".

CHINA

O secretário também informou que uma missão do Ministério do Comércio da China deverá vir ao Brasil provavelmente entre novembro e dezembro para continuar as negociações sobre o avanço das exportações chinesas ao mercado brasileiro. "Espero que isso ocorra ainda este ano, talvez em novembro", disse. A data da visita, porém, ainda não foi acertada.

Ramalho reiterou que as negociações com os chineses não acabaram. O governo brasileiro, disse, aguarda a comitiva do país asiático para discutir um possível monitoramento do comércio entre os países. Contudo, a manutenção do diálogo não impediu a regulamentação das salvaguardas contra a China.

O secretário também comentou que houve avanço em temas técnicos na visita brasileira à China e que "as discussões vão continuar".

Com relação às disputas comerciais com a Argentina, lembrou que estão em vigor vários acordos feitos pelos setores privados de cada país.