Título: Citi admite conversa com minis
Autor: Fabio Graner
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2005, Nacional, p. A9

Presidente do banco falou com Dirceu e Palocci, mas diz que governo foi imparcial

O presidente do Citibank no Brasil, Gustavo Marin, assegurou ontem na CPI do Mensalão que o governo não interferiu na negociação entre o Citigroup e os fundos de pensão, que resultou na destituição do Opportunity do comando da Brasil Telecom (BrT). Marin confirmou que manteve, mais de uma vez, encontro com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, para tratar do assunto, assim como com o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Mas garantiu: "A posição do governo sempre foi de imparcialidade." Segundo Marin, o encontro com Dirceu ocorreu em 2003, quando o gestor da empresa ainda era o banco Opportunity, de Daniel Dantas. Já a conversa com Palocci ocorreu em dezembro de 2004, quando os fundos de pensão, parceiros do Citigroup na Brasil Telecom já estavam brigando na Justiça e o Citigroup tentava uma solução negociada com o Opportunity para a troca da gestão. "A posição do governo sobre o tema não mudou. Sempre foi no sentido de que o assunto era privado e tinha de ser resolvido em fórum privado", disse.

Marin foi à CPI com o presidente do Conselho de Administração da BrT, Sérgio Spinell. Sem arrancar dos depoentes a confirmação da ingerência do governo na negociação e muito menos chegar à origem dos recursos que podem ter servido para o pagamento do mensalão, a sessão de ontem da CPI foi dedicada a tentar decifrar o acordo de opção de venda de ações firmado entre o Citigroup e os fundos de pensão Previ, Funcef e Petros.

Os integrantes da CPI questionaram sobre a possibilidade de os fundos terem prejuízo com o acordo, mas o presidente do Citigroup garantiu que a negociação foi vantajosa para ambas as partes e o preço estava na média do mercado.