Título: Palocci quer debate de longo prazo
Autor: Ribamar Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/10/2005, Economia & Negócios, p. B5

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que o compromisso fiscal de longo prazo que está se desenhando no governo não consiste de um 'emendão constitucional', mas de um debate que pretende traçar um cenário fiscal para dez anos. 'Se conseguirmos dizer que há um compromisso (fiscal) no País para dez anos, de lideranças partidárias do Congresso Nacional, os mercados responderão no curto prazo porque isso dá consistência para a dívida.' Segundo Palocci, a questão do compromisso fiscal de longo prazo é o debate real no governo no momento, mas ainda não há definição se vai depender de medida constitucional. 'O que está definido é o objetivo de que esse compromisso leve à redução da carga tributária e à melhoria da poupança pública.' Palocci usou o compromisso fiscal para responder a uma pergunta sobre quando haverá uma queda mais rápida dos juros. 'Com um quadro fiscal de longo prazo, haverá reflexo nesse delicado e sensível ponto. É preciso certeza da convergência da dívida pública para níveis melhores. Não adianta falar ao Banco Central que resolva o problema dos juros. O BC tem feito um trabalho extraordinário, o nível de juros na economia é dado por um conjunto de fatores.' O ministro falou à imprensa após a abertura de um evento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). MP DO BEM O ministro minimizou o impactos de uma não aprovação da 'MP do Bem'. 'Estímulos tributários contribuem para a atração de investimentos, mas não é o que faz o investidor decidir.' Mas para o diretor-geral da OCDE, Donald Jonhston, a redução da carga tributária poderia ajudar o Brasil a ultrapassar a China e atingir o 1º lugar do ranking da atração de investimentos externos. No ano passado, o Brasil recebeu US$ 18 bilhões em investimentos externos, ante os US$ 54 bilhões destinados ao gigante asiático.