Título: PR aguarda resultado de exame
Autor: Gustavo Porto
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/10/2005, Economia & Negócios, p. B6

A assessoria da Secretaria da Agricultura do Paraná informou ontem que os exames laboratoriais que devem confirmar ou não a ocorrência de febre aftosa em 19 animais em quatro propriedades do Estado "não ficam prontos antes de quinta-feira (amanhã)". A confirmação no Laboratório Nacional de Agricultura, em Belém (PA), passa por três contraprovas, o que retarda o resultado. A possibilidade de que não seja aftosa é pequena. No sábado, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, tinha previsto chance de 90% para a doença. Se for confirmada, o assessor da presidência da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, acredita que a reabertura do mercado paranaense somente será rápida se ficar provada a tese do governo de que o foco se alastrou no Paraná em razão de o vírus ter vindo de Mato Grosso do Sul, em gado licenciado pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

Enquanto as restrições não são suspensas, cresce o prejuízo de alguns produtores, sobretudo de leite. Sem capacidade de armazenagem, produtores de Arapoti, no norte pioneiro, estão jogando o leite fora. Somente ontem foram cerca de 80 mil litros. Normalmente esse leite iria para o interior de São Paulo, onde seria industrializado. Os produtores de suínos também estão preocupados, pois não há vacina contra aftosa para esses animais. A orientação de associações de produtores é que as propriedades tenham acesso restrito.

A portaria baixada anteontem pela Coordenadoria da Defesa Agropecuária, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, satisfez algumas indústrias paranaenses. Por ela ficou permitido o trânsito de carne de boi desossada e maturada. Carne de suínos também, desde que desossada e embalada. Com osso somente se for para estabelecimento com Serviço de Inspeção Federal ou estadual. Leite pasteurizado ou esterilizado e produtos lácteos também foram liberados.

Os caminhões que abasteceriam o Sudeste e o Centro-Oeste foram liberados nas barreiras e o abate de 1,7 mil animais por dia está garantido. O problema continua no recebimento de leite, que foi reduzido em 23% e passou a 650 mil litros por dia.