Título: Ex-dirigente da ECT critica Pimenta
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/10/2005, Nacional, p. A9

Presidente dos Correios por um ano e meio do governo FHC, Egídio Bianchi, vice-presidente do Comitê de Finanças da campanha do PSDB de 1998, fez ontem duras críticas à atuação do também tucano Pimenta da Veiga no Ministério das Comunicações, ao depor à CPI dos Correios. Bianchi disse que, na sua gestão na estatal a maior parte dos recursos de patrocínio foi direcionada a projetos em Minas, terra do então ministro. Ele acusou Pimenta de não se empenhar pela aprovação da Lei Postal no Congresso e trabalhar para esvaziar as agências reguladoras. "O ministro não teve a grandeza técnica e política de entender as necessidades do setor. Fez política com p minúsculo e a reforma postal foi para o brejo." Segundo Bianchi, a distribuição de franquias para políticos "era voz corrente" e "há indícios" de que laranjas assumiam o comando das agências.

Pimenta disse que as críticas não passam de "juízos de valor de uma pessoa magoada". "No depoimento ele admitiu ter se incompatibilizado comigo. Na minha gestão os Correios foram engrandecidos." Ele negou ter favorecido Minas com patrocínios. "Que eu lembre, só houve um patrocínio de importância, que foi o centro cultural da Universidade de Ouro Preto."

DENÚNCIAS: O líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), também subiu à tribuna para defender Azeredo e aproveitou para anunciar que o requerimento pela criação de uma CPI exclusiva para apurar as denúncias de caixa 2 de campanha já contava com 30 assinaturas, 3 além do exigido para apresentar o pedido. O senador Tasso Jereissati (CE) também apoiou a proposta.

Essa nova CPI teria como objetivo apurar as denúncias de Marcos Valério sobre financiamento irregular de candidaturas em vários Estados, incluindo a campanha do presidente Lula. Ele contou 18 episódios. "Estamos reagindo à tentativa do governo Lula de confundir caixa 2 com corrupção patrocinada pelo PT", disse ele. "Não temos condições de acompanhar nem as três CPIs existentes", reagiu o senador José Jorge (PFL-PE).