Título: OAB-SP reprova mais de 80% dos candidatos
Autor: Simone Iwasso
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/10/2005, Vida&, p. A22

O último exame da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), realizado em agosto e setembro, reprovou 81,6% dos candidatos, de acordo com os resultados divulgados ontem. Apesar do fraco desempenho dos bacharéis, houve uma reversão no histórico de reprovações que o exame vinha acumulando nos últimos anos. Para se ter uma idéia, no primeiro semestre de 2004, a reprovação ficou em 86%. No segundo, subiu para 91%. Na penúltima edição, feita no primeiro semestre deste ano, 92,8% dos candidatos não passaram na fase final. Foi o pior índice de reprovação já registrado no País.

Dessa vez, do total de 17.978 inscritos, cerca de 40% passaram para a primeira fase e apenas 18%, ou 3.295, foram aprovados e poderão exercer a profissão. A melhora, mesmo que pequena, ocorreu justamente na prova em que a OAB aumentou a nota de corte para a segunda fase, subindo de 46 para 50 o número de acertos.

Outra novidade nesse exame foi uma data unificada para a primeira fase, quando todos os Estados, com exceção do Rio, aplicaram a prova no mesmo dia, uma maneira encontrada pela OAB nacional de evitar que os candidatos se inscrevam em vários Estados.

Já o tradicional ranking com a aprovação por universidades e faculdades não será divulgado como antes. De acordo com o presidente da OAB-SP, o ranking foi suspenso para evitar distorções como a provocada pelos diferentes números de alunos inscritos de cada instituição. A Fundação Carlos Chagas deverá elaborar uma forma diferente de fazer a divulgação dos dados, mas isso ainda não está definido. A lista com os aprovados e os resultados por sedes regionais está disponível no site da Ordem (www.oabsp.org.br).

PROJETO

Ontem, a OAB de São Paulo enviou um ofício ao Conselho Federal da Ordem em repúdio a um projeto de lei apresentado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT) para acabar com o exame. Pela proposta, o bacharel em Direito conseguiria a habilitação para exercer a profissão após fazer dois anos de estágio em órgãos jurídicos federais. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e, se passar por ela, não precisará ser votado no plenário para ser aprovado.