Título: Mais um foco de aftosa em MS
Autor: Fabíola Salvador e Renata Veríssimo
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

Um novo foco de febre aftosa foi confirmado ontem em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Ministério da Agricultura, a doença foi confirmada num assentamento rural, a Fazenda Floresta Branca, no município de Eldorado. É a mesma cidade em que fica a fazenda Vezozzo, onde surgiu o primeiro caso, no dia 10 de outubro. Com isso, já são 11 os focos oficialmente confirmados no País. Ao mesmo tempo, Romênia e Colômbia anunciaram embargo à carne brasileira, aumentando para 45 a lista dos países que bloquearam total ou parcialmente a entrada do Trânsito e comércio de animais só estão proibidos em Mato Grosso do Sul produto. A Romênia suspenderá as importações de carne bovina produzida nos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. A Colômbia decidiu suspender a compra de carne de todos os animais suscetíveis de serem atingidos pela doença, independentemente do Estado de origem. A Floresta Branca fica entre as fazendas Vezozzo e Jangada, onde já foram confirmados focos. Havia 24 animais na propriedade, dos quais 3 apresentaram sintomas. Todo o rebanho foi sacrificado. O governo continuava aguardando, ontem, o resultado dos exames de amostras colhidas no Paraná. Há suspeitas de quatro focos naquele Estado. Além disso, técnicos da área informaram ontem sobre mais dois possíveis focos em Mato Grosso do Sul. ESTADOS Ontem, o Ministério da Agricultura decidiu regular o comércio de animais e carne dentro do País. Após reunir-se com secretários estaduais de Agricultura, o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, informou que, com exceção dos municípios de Mato Grosso do Sul, onde foram constatados focos de febre aftosa, nas demais localidades serão permitidos o trânsito e a comercialização dos produtos de origem animal. Maciel disse que essa regulação está sendo feita a pedido dos secretários estaduais. Na semana passada, o ministério havia divulgado uma circular com teor semelhante, mas o secretário explicou que ela não tinha caráter obrigatório, era apenas uma orientação aos Estados. 'Os Estados, agora, terão de cumprir (a resolução), mas, se não cumprirem, será uma responsabilidade deles', afirmou Maciel. Ele disse que em caso de descumprimento, o assunto terá de ser analisado juridicamente. 'Os Estados devem deixar entrar os produtos relacionados na resolução. Se é uma decisão do ministério, é porque não tem risco', afirmou o secretário. Segundo ele, a medida vai eliminar as principais barreiras em relação a Mato Grosso do Sul, permitindo a circulação dos produtos de áreas sul-matogrossenses não afetadas pela aftosa. Em relação ao Paraná, onde há suspeitas de focos da doença, o secretário disse que o trânsito e a comercialização dos produtos de origem animal estão permitidos, porque o ministério ainda não tem o diagnóstico final.