Título: Déficit da Previdência cresce 13,7%, para R$ 24,7 bilhões
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/10/2005, Economia & Negócios, p. B7

Faltando três meses para fechar o ano, o déficit da Previdência já soma R$ 24,731 bilhões, 13,7% acima dos R$ 21,757 bilhões apurados no período de janeiro a setembro de 2004. Em setembro, as despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) superaram a arrecadação em R$ 2,713 bilhões. Em relação a setembro de 2004, o déficit caiu 2%, mas, em relação a agosto deste ano, houve alta de 3,9%. Os números do INSS foram divulgados ontem pelo secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer.

A estimativa de déficit este ano é de R$ 38,6 bilhões, resultado da arrecadação de R$ 108,3 bilhões e despesas de R$ 146,9 bilhões. Segundo Schwarzer, o motivo para a Previdência ter abandonado a meta de déficit de R$ 32 bilhões este ano, anunciada pelo ex-ministro Romero Jucá, foi a frustração na implantação de medidas de contenção dos gastos.

O INSS não conseguiu deslanchar o recadastramento, que só agora está sendo executava, e que deverá levar à suspensão e posterior corte do pagamento de benefícios irregulares. Também não foi possível implementar várias medidas de contenção na concessão do auxílio-doença, devido à queda da medida provisória que tratava do assunto.

Schwarzer explicou que, do lado da arrecadação, a Previdência vem cumprindo as metas do governo. A arrecadação líquida (tudo o que a Previdência arrecada menos o que transfere para o Sistema S - Senac, Senai, por exemplo - e para o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) do segundo semstre é R$ 600 milhões maior que a do primeiro.

Mesmo a arrecadação de janeiro a junho já foi superior à do mesmo período de 2004. Em setembro, por exemplo, chegou a R$ 8,748 bilhões, pouco abaixo dos R$ 8,965 bilhões de agosto. No ano, a arrecadação líquida cresceu 9,3% em termos reais. De janeiro a setembro de 2004, foi de R$ 69,440 bilhões, ante R$ 75,867 bilhões em igual período deste ano.

Os gastos também aumentaram. O pagamento com aposentadorias e pensões cresceu 8,3% em setembro deste ano.