Título: Defesa Civil inicia socorro a cidades em estado de emergência no Pará
Autor: Liege Albuquerque
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2005, Nacional, p. A13

A falta de alimentos e água para 130 mil moradores de 11 municípios do oeste do Pará castigados pela seca começou a mobilizar ontem equipes da Defesa Civil que deixaram a capital para socorrer ribeirinhos de Faro, Terra Santa, Juruti, Oriximiná, Óbidos, Curuá e Monte Alegre, onde a situação é dramática. Os prefeitos decretaram estado de emergência, pedindo ajuda ao governador Simão Jatene (PSDB) e ao governo federal. Milhares de peixes morreram, deixando à míngua famílias que vivem da pesca. A distribuição de cestas básicas, remédios e água potável é uma das alternativas das equipes de socorro para atender comunidades mais isoladas. A maioria dos ribeirinhos tem dificuldades de locomoção, mas há também a contaminação da água por peixes mortos. As aulas foram suspensas.

O secretário executivo da Associação dos Municípios da Calha Norte, Antônio Neto, disse que até donos de pequenas embarcações não podem navegar.

Muitos misturam desespero com incredulidade: nunca imaginaram que os rios iriam secar tanto. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o Rio Paraná da Dona Rosa, que corta Óbidos e Alenquer. Pela primeira vez em 100 anos, o volume de água é tão baixo que a navegação se tornou inviável.

Para o deputado Airton Faleiro (PT), o governo federal deve ajudar os paraenses como está socorrendo o Amazonas. 'Há notícias de que em alguns municípios há moradores com sintomas de cólera', denunciou. ?