Título: Grevistas não aceitam proposta do MEC
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2005, Vida&, p. A19

A proposta de reajuste de até 25% feita pelo Ministério da Educação não agradou aos professores das instituições federais de ensino superior, em greve há mais de 60 dias. Até o início da noite de ontem, 12 das 32 instituições federais em greve já haviam votado contra a proposta e as demais estavam levando a mesma decisão para as assembléias. O MEC conseguiu aumentar, na semana passada, os recursos disponíveis para os professores de R$ 395 milhões para R$ 500 milhões. No entanto, a proposta do ministério de usar os recursos extras é o contrário do que querem os professores: em vez de usar a verba para aumentar o salário-base, o MEC quer reajustar os valores pagos na Gratificação de Estímulo à Docência, um adicional ao salário que leva em conta a produtividade.

O secretário-executivo-adjunto do MEC, Ronaldo Teixeira, ficou surpreso com a decisão dos grevistas. Já a presidente do sindicato dos professores, Marina Barbosa, diz que a proposta concentra ainda mais o salário dos professores nas gratificações.

Na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, um grupo de alunos manteve por seis horas o reitor, professores, funcionários e estudantes presos no auditório da reitoria. Ninguém pôde sair para comer ou ir ao banheiro. Eles pediam aumento de R$ 250 para R$ 300 no valor das bolsas. O protesto terminou com um acordo com o reitor.