Título: Observatório chinês tem 4 mil anos
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/11/2005, Vida&, p. A16

Arqueólogos chineses descobriram na Província de Shanxi as ruínas do que, segundo eles, é o observatório astronômico mais antigo do mundo, de mais de 4 mil anos. Segundo um dos cientistas, He Nu, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, o lugar é 2 mil anos mais antigo que as ruínas do que até agora era considerado o observatório mais antigo, de Chichen Itzá, construído pelos maias na Península de Yucatán, no México. O antigo observatório chinês, situado na localidade de Taosi, apresenta duas enormes plataformas semicirculares contidas uma dentro da outra (a maior de 60 metros de diâmetro, a menor de 40), rodeadas por 13 pilares de pedra de 4 metros de altura.

Entre os 13 pilares há 12 buracos, comparáveis aos 12 meses do ano e à passagem das estações. Com esse sistema, os antigos chineses anotavam os diferentes lugares do observatório pelos quais o Sol nascia e se punha ao longo do ano.

Segundo He Nu, o observatório não era usado somente para contemplar os astros, mas também como lugar para rituais de sacrifício.

CALENDÁRIO

As ruínas foram encontradas há mais de um ano, mas só recentemente os pesquisadores constataram que se tratava de um observatório. Eles passaram um ano e meio anotando os movimentos solares através dos buracos formados pelas colunas das ruínas.

Para surpresa dos pesquisadores, as anotações eram quase idênticas às dos astrônomos antigos que inventaram o calendário chinês, diferente do ocidental, já que é regido pelos ciclos lunares (o ano chinês é mais curto que o ocidental, mas a cada dois ou três anos se acrescenta um 13º mês para compensar).

Acredita-se que nas ruínas de Taosi, situadas no distrito de Linfen, viveram civilizações pré-históricas. Documentos históricos asseguram que já em 2.400 a.C. existiam oficiais reais encarregados da observação dos astros, algo que ficou confirmado com a descoberta de Taosi.

A astronomia chinesa na antiguidade era mais avançada que a ocidental. e os cientistas dessa civilização foram os primeiros humanos a descobrirem fenômenos como as supernovas.