Título: Zona Franca de Sarney dura só 24 horas
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/10/2005, Economia & Negócios, p. B3

DERROTA: Aprovada pela maioria do Senado, a emenda do senador José Sarney (PMDB-AP) que isentava de IPI os produtos dos Estados do Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Amazonas não durou nem 24 horas. Acabou sendo derrubada ontem na Câmara dos Deputados, na última rodada de votações da medida provisória 255. Em troca, os deputados assumiram o compromisso de discutir com mais tempo um projeto de lei para incentivar a industrialização da região amazônica. Além disso, Sarney teve a garantia do ministro Luiz Fernando Furlan de que sua equipe estará à disposição para discutir um programa de desenvolvimento do Amapá. O benefício fiscal reivindicado por Sarney para seu Estado adotivo se parece com aquele oferecido na Zona Franca de Manaus, onde se criou um grande pólo industrial na área de eletroeletrônicos, celulares e motocicletas, graças à isenção ou redução de impostos federais e estaduais. Atualmente, um grupo de seis municípios de Rondônia (Guajará Mirim), Roraima (Pacaraima e Bomfim), Amazonas (Tabatinga) e Amapá (Macapá e Santana) já são considerados como Áreas de Livre Comércio, mas a única vantagem que têm é de importar produtos sem imposto. Há pelo menos seis anos Sarney tenta estender essas isenções tributárias da área comercial para o setor industrial, criando uma grande zona franca, muito além de Manaus, mas as resistências e dúvidas sobre os efeitos da medida são muito grandes.