Título: MP é resultado de ´luta brava´ dos empresários, diz Fiesp
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Fonte: O Estado de São Paulo, 28/10/2005, Economia & Negócios, p. B4

Setores beneficiados pela Medida Provisória 255, aprovada ontem no Congresso, prevêem novos investimentos no País e ampliação dos negócios por causa dos incentivos à produção e às exportações. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que a aprovação é importante para o crescimento do País, da produção, dos investimentos e para a criação de empregos. Ele afirmou que o Brasil precisa ampliar os investimentos para crescer no futuro. 'O Congresso revela uma posição de maturidade, supera divergências de natureza política menores e restabelece um conjunto de medidas que serão decisivas para o País elevar os investimentos nos próximos anos.' O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, comemorou a aprovação da MP como vitória do setor privado. 'Foi uma luta brava e conseguimos incluir os pontos positivos da MP 252, principalmente o aumento das faixas para enquadrar as pequenas e microempresas no Simples, onde a pressão foi maior.' Para ele, a aprovação não resolve os problemas do Brasil, mas ajudará a quem produz. 'Vai ajudar a cadeia da construção civil, vai ajudar na desoneração de investimentos para os exportadores e estimular o crescimento das pequenas e microempresas, desestimulando o caminho para a informalidade', disse. 'Estamos conscientes de que os problemas não terminaram, mas conseguindo coisas positivas é que vamos aos poucos melhorar o ambiente de trabalho, de investimentos e crescimento do País.' Para o diretor do Secovi (Sindicato da Habitação), Celso Petrucci, os negócios no setor imobiliário em 2006 devem superar os deste ano. Até agosto, as vendas de imóveis novos acumulam alta de 23,8% em relação a igual período do ano passado. As facilidades previstas na MP, como a liberação de Imposto de Renda sobre a valorização do imóvel residencial vendido para a compra de outro no prazo de seis meses é uma medida que incentivará o mercado. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, disse que 'foi uma grande conquista e o Congresso mostrou que está ouvindo a sociedade'. Segundo ele, 'a medida é bem mais abrangente do que o governo queria, uma vez que incluiu o Simples, que atinge 90% das empresas'. Para o presidente da Federação das Associações da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo (Fampesp), Romilson Souza, a ampliação do teto de enquadramento das empresas no sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições foi um avanço. 'Estávamos brigando por um teto ainda maior, mas um aumento de 100% é muito bem-vindo.' Para a Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), o setor deve ganhar novo impulso, pois as medidas que envolvem a Lei de Concessões reduzirão o custo de fazer negócios no Brasil.