Título: Até advogado foi pago com dinheiro público
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/10/2005, Nacional, p. A20

Entre as despesas pagas com dinheiro público, os auditores do TCU incluíram os honorários de advogados do MST. Segundo eles, "os profissionais da área jurídica que executam os projetos conveniados pela Anca são os mesmo que defendem o interesse do movimento". Eles identificaram ainda "pagamentos mensais feitos a advogados", com recursos de R$ 1,8 milhão destinados à assistência jurídica de assentados. O relatório preliminar do tribunal relaciona uma série de "despesas absurdas" pagas pela União. No convênio para impressão de 250 mil cartazes, 11 mil cartilhas, 14,5 mil kits de material escolar e reimpressão de 130 mil exemplares de cinco livros para a campanha de documentação de mulheres e o programa de alfabetização de jovens e adultos, o TCU aponta uma série de falhas.

A primeira é que o texto dos 250 mil cartazes não condiz com a finalidade de alfabetizar mulheres. Alegam ainda que o total pedido, de 250 mil, atingiria ao menos 10 milhões de pessoas, se for colocado em salas com 40 alunos. Sobre os 130 mil livros, o TCU pergunta a quem se destinam, aonde serão distribuídos e de que projeto fazem parte. "Não são livros de alfabetização", observam. Cobram ainda explicação sobre os 14,5 mil kits com 4,35 mil folhas de papel A4. Segundo eles, "não há explicação do Incra, embora se tratasse de 300 folhas por alfabetizando, que já teriam recebido cadernos com 96 folhas".