Título: No Rio, 3 casos suspeitos de febre maculosa
Autor: Karine Rodrigues e Clarissa Tomé
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/10/2005, Vida&, p. A42

Três casos suspeitos da febre maculosa, transmitida por carrapatos, acenderam o alerta na área de vigilância em saúde no Rio. Os pacientes, todos homens, estiveram hospedados entre os dias 1º e 22 numa pousada de Itaipava, distrito de Petrópolis. Um deles, o jornalista Roberto Moura, morreu na quarta-feira de falência múltipla de órgãos, provocada, segundo o diagnóstico, por dengue hemorrágica. Mas pode ter havido um equívoco, pois as doenças têm sintomas semelhantes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, nenhum funcionário da pousada apresentou, até agora, sintomas da febre, causada pelo microorganismo rickéttsia, como febre alta, dor do corpo e pintas vermelhas. Autoridades sanitárias vão apurar se há focos da doença no local. Caso sejam localizados, a contaminação pode ter ocorrido no contato com cavalos ou bois, hospedeiros preferenciais da Rickettsia rickettsii, ou durante caminhadas. Além de picadas, larvas encontradas em vegetação rasteira podem infectar quem tenha lesões na pele.

Amostras de soro do jornalista e dos dois pacientes hospitalizados foram enviadas à Fundação Oswaldo Cruz para análise.

A suspeita já mudou o rumo do tratamento de um dos pacientes, o superintendente de Vigilância Sanitária Fernando Villas Bôas Filho, de 41 anos, há 11 dias no CTI do Quinta D'or, em São Cristóvão (zona norte). Inicialmente tomado como paciente com dengue, já está recebendo antibióticos específicos para febre maculosa, contou seu primo Paulo Roberto Caetano.

A doença é fácil de curar quando diagnosticada rapidamente. Se não, leva à morte em 80% dos casos. Moura teve diagnóstico de dengue no sábado, foi internado na terça e, na quarta, sofreu uma parada cardíaca e morreu.