Título: Bush pede US$ 7 bi para combater gripe aviária
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Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2005, Vida&, p. A28

Presidente lamentou a vulnerabilidade dos EUA à doença

O presidente americano George W. Bush apresentou ontem sua estratégia para agir contra uma eventual epidemia de gripe aviária. Bush pediu US$ 7, 1 bilhões ao Congresso dos Estados Unidos para um fundo de emergência. O dinheiro será usado no combate a uma possível pandemia de gripe aviária no país. No total estão incluídos, por exemplo, US$ 1,2 bilhão para a fabricação de 20 milhões de doses da atual vacina contra a cepa letal H5N1, US$ 2,8 bilhões para investir em uma nova vacina e US$ 1 bilhão em remédios antivirais. "Para responder a uma pandemia, devemos ter planos de emergência em todos os Estados e garantir que todos os níveis de governo estejam preparados", afirmou o presidente. Bush também lamentou o fato de seu país ser "vulnerável" e incentivou os esforços dos grupos farmacêuticos na produção de vacinas.

Ontem, no segundo dia do congresso entre representantes de países do sul da Ásia para discutir a doença, realizado em Brisbane, na Austrália, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que o combate à gripe aviária na região vai custar ao menos US$ 102 milhões nos próximos dois ou três anos. "Caso a doença saia do leste da Europa e chegue à África, os fundos de emergência terão de ter US$ 75 milhões a mais", disse Subhash Morvaria, um dos representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na Tailândia.

Já o ministro das Relações Exteriores da Austrália, Alexander Downer, pediu tranqüilidade diante dos temores de disseminação mundial da gripe aviária.

Os países do sul da Ásia anunciaram no congresso que vão realizar em 2006 uma simulação de uma pandemia da gripe aviária. A idéia é medir a capacidade de resposta da região à possibilidade disso ocorrer. "Não há necessidade de pânico, no entanto, no estágio atual e não é preciso exagerar nos riscos", afirmou Morvaria. Os governos do Vietnã e do Camboja pediram ajuda financeira e técnica para combater a doença nas regiões.

SÃO PAULO

Em reunião com técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e da Agricultura de São Paulo realizada ontem, foram decididas as regiões do Estado que vão sediar os novos postos de sentinela. Algumas já têm endereço certo. Além dos dois já ativos, nos Hospitais Menino Jesus e José Storopoli, o Hospital São Paulo, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Guarulhos, Campinas, uma cidade da região oeste e outra na Grande São Paulo serão os próximos. "Não descartamos a idéia de instalar postos nos aeroportos", conta Carlos Magno Fortaleza, coordenador de Controle de Doenças da Saúde.

Mil profissionais na área da saúde vão começar o treinamento na primeira semana de dezembro. "A idéia é que todos estejam treinados. Mas, num primeiro momento, esse número é suficiente", diz Fortaleza. "O treinamento será o de informar por meio de palestras sobre os riscos. Não há motivo para alarde."