Título: PT guarda tempo na TV para contra-ataque
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2005, Nacional, p. A11

Temendo o surgimento de fatos novos no escândalo do mensalão, o PT repartiu os 40 minutos de inserções de propaganda partidária a que tem direito no segundo semestre deste ano. Dessa forma, depois de exibir parte das inserções comerciais em setembro e levar ao ar seu programa nacional na semana passada, o partido voltará à rede de rádio e televisão nos dias 20, 22, 24 e 27 de dezembro. Nessas datas, o PT terá direito a exibir cerca de 40 inserções comerciais de 30 segundos ou 1 minuto, ainda não gravados. "Não queríamos queimar todos os cartuchos de uma vez", resumiu um integrante da direção do PT. Estrategicamente, os petistas exibirão sua propaganda depois do PSDB - que já marcou para o fim deste mês a exibição de seu horário gratuito nacional, um programa de 20 minutos, mais 80 inserções de 30 segundos.

Afiando suas armas contra a oposição e boa parte da mídia - a quem acusa de promover uma campanha difamatória, com a divulgação de denúncias sem provas -, o PT deve formalizar amanhã uma ação na Justiça contra a revista Veja, por calúnia e difamação, após a publicação de matéria de capa sobre a suposta doação de até US$ 3 milhões de Cuba para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. O procedimento não foi formalizado porque a nova direção do PT, que tomou posse no dia 22 de outubro, ainda não foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No TSE, os petistas já enfrentam ações apresentadas pelos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e César Borges (PFL-BA) que podem levar à cassação do registro partidário ou à perda do fundo partidário. O processo sobre cassação, de autoria de Borges, foi rejeitado, mas o senador aguarda o julgamento de um recurso. O ministro Gilmar Mendes pediu vista da ação e ainda não houve resposta.