Título: BNDES empresta R$ 6,9 bi em outubro
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/11/2005, Economia & Negócios, p. B8

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem financiamento de R$ 900 milhões à Gerdau. É o sexto grande anúncio desde o início de outubro pelo banco, que está com sobra de recursos para emprestar este ano. Juntos, os projetos recém-aprovados somam R$ 6,9 bilhões, cujos desembolsos devem passar de dezembro, já que envolvem projetos de longo prazo de setores de base. O orçamento original do banco para este ano era de R$ 60 bilhões. Por causa do fraco desempenho, a partir de agosto o banco passou a trabalhar com a perspectiva de emprestar perto de R$ 50 bilhões este ano - menos do que a meta inicial, mas 25% acima do valor liberado em 2004. Ainda assim, para alcançar o montante, será preciso desembolsar R$ 6,3 bilhões por mês de outubro a dezembro. De janeiro a setembro, a média foi de R$ 3,5 bilhões.

O crédito à Gerdau foi o primeiro na linha Agilização de Crédito para Investimento, lançada em abril para empresas de baixo risco, com histórico de operações no banco. O valor equivale a 60% dos investimentos de R$ 1,5 bilhão previstos pela siderúrgica, com desdobramentos até 2008. No dia 26, o banco aprovou R$ 2,59 bilhões para expansão da capacidade da Suzano Bahia Sul Papel e Celulose, na Bahia, até 2007.

Anteontem, o banco fez o primeiro anúncio de uma nova linha para produzir veículos para exportação, definida em setembro. Foi aprovado o equivalente a R$ 1,92 bilhão (US$ 853 bilhões) a Volkswagen, Ford, General Motors e Fiat, que assumiram compromisso de exportar R$ 6,3 bilhões. A linha era um pedido da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Até então, financiamentos para exportações de veículos leves teriam de ser analisados "caso a caso", segundo uma fonte do setor.

Outro grande financiamento anunciado recentemente foi à Sadia, de R$ 974 milhões. A análise deste caso começou em 2004 e foi retomada em maio deste ano, com o desligamento da família Furlan do controle acionário. Como o ministro Luiz Fernando Furlan preside o conselho de administração do BNDES, havia impedimento à concessão do empréstimo.