Título: Para advogado do BMG, acusação é 'de má-fé'
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2005, Nacional, p. A4

"Uma afirmação estúpida ou de má-fé." Assim o advogado Sérgio Bermudes, que defende o BMG, definiu a acusação do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que a instituição participou de transações irregulares do Banco do Brasil com a Visanet, que teriam resultado no repasse de R$ 10 milhões ao PT em 2004. Segundo ele, o empréstimo feito a uma empresa da qual o publicitário Marcos Valério de Souza é sócio - a Rogério Lanza Tolentino e Associados -teve garantias sólidas: um CDB emitido pelo banco e o aval do próprio Marcos Valério, na época um profissional conceituado em Belo Horizonte. O banco, afirmou, não tem nada a ver com os relacionamentos que os clientes tenham ou venham a ter com outras empresas, regulares ou não.

"Desafio o relator e seus técnicos a terem comigo, diante da imprensa, de jornalistas qualificados, com documentos na mão, um debate sobre o assunto", declarou Bermudes ao Estado. "Marcos Valério é um homem rico, com patrimônio , fez as campanhas de todos os candidatos ao governo de Minas que venceram, com exceção de Itamar Franco, tinha contratos com o governo mineiro. Seu conceito era o melhor possível."

O BMG, em nota, afirmou que executou a garantia em CDB, segundo decisão judicial, e abateu os R$ 10 milhões do total do débito. Os recursos, afirmou o banco, já estavam à sua disposição, faltando apenas o vencimento para que fossem executados. Bermudes, porém, afirmou que a direção do banco não emitiu nenhuma nota.