Título: Valério não comprovou serviços, admite BB
Autor: Eugênia Lopes
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2005, Nacional, p. A4

NOTA: O Banco do Brasil admitiu, em nota oficial, que a agência de publicidade DNA, de Marcos Valério, não comprovou os serviços prestados referentes a R$ 9,1 milhões de um total de R$ 58,3 milhões pagos pela Visanet para publicidade e marketing na área de cartões de crédito. Para o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), esse dinheiro foi usado por Valério nas operações de financiamento com o PT. O BB deixa transparecer na nota que essa prática de pagar antes de receber o serviço foi inaugurada pela administração do PT na instituição. Na época o presidente do banco era Cássio Casseb Lima e o diretor de Marketing, já afastado por suspeita de corrupção, Henrique Pizzolato, velho militante petista, funcionário de carreira do banco e ex- presidente do Conselho Deliberativo da Previ, o fundo de pensão do BB. A nota diz que, desde setembro de 2004, as transferências dos recursos do Fundo de Incentivo Visanet só foram liberadas com a comprovação dos serviços. O BB também avisa que encaminhou, em 25 de outubro, notificação extra-judicial à DNA para que explique o uso do dinheiro. O banco também garante que as transferências foram realizadas para pagar serviços de marketing e comunicação prestados. O BB ainda informa que o contrato com a DNA foi rescindido em 15 de julho e o banco "não compactua e condena eventuais desvios que possam ter ocorrido na utilização dos recursos". Integrantes da CPI estão certos de que a cúpula do BB trabalhou para sonegar informações à comissão e escondeu que já sabia sobre o uso de R$ 10 milhões da instituição pelo valerioduto.